quinta-feira, 17 de julho de 2008

Para inaugurar este blog, começo com um texto que, na minha opinião, define bem o que representa a figura do chimarrão para o povo gaúcho, e em seguida a representação histórica do cafezinho para o povo brasileiro.
O chimarrão constituiu-se na bebida típica do Rio Grande do Sul, ou seja, na tradição representativa do nosso pago. Também conhecido como mate amargo, como bebida preferida pelo gaúcho, constitui-se no símbolo da hospitalidade e da amizade do gaúcho. É o mate cevado sem açúcar, preparado em uma cuia e sorvido através de uma bomba. É a bebida proveniente da infusão da erva-mate, planta nativa das matas sul-americanas, inclusive no Rio Grande do Sul.
Pode-se dizer que o chimarrão é a inspiração do aconchego, é o espírito democrático, é o costume que, de mão – em - mão, mantêm acesa a chama da tradição e do afeto, que habita os ranchos, os galpões dos mais longínquos rincões do pago do sul, chegando a ser o maior veículo de comunicação.
O mate é a voz quíchua, que designa a cuia, isto é, o recipiente para a infusão do mate. Atualmente, por extensão, passou a designar o conjunto da cuia, erva-mate e bomba, isto é, o mate pronto.
O homem do campo passou o hábito para a cidade, até consagrá-lo regional. O Chimarrão é um hábito, uma tradição, uma espécie de resistência cultural espontânea.
Os avios ou os apetrechos do mate constituem o conjunto de utensílios usados para fazer o mate. Os avios do mate são fundamentalmente a cuia e a bomba.


O café é uma iguaria para vários povos do mundo e sua apreciação começou a partir de uma lenda onde num dado momento do século III d. C., um pastor de cabras, chamado Kaldi, certa noite ficou ansioso quando suas cabras não retornaram ao rebanho. Quando saiu para procurá-las, encontrou-as saltitando próximo a um arbusto cujos frutos estavam mastigando e que obviamente foi o que lhes deu a estranha energia que Kaldi nunca vira antes. Dizem que ele mesmo experimentou os frutos e descobriu que eles o enchiam de energia, como aconteceu com o seu rebanho. Kaldi evidentemente levou essa maravilhosa planta ao mosteiro local, mas as reações não foram favoráveis e ele ateou fogo nos frutos, dizendo serem "obra do demônio". O aroma exalado pelos frutos torrados nas chamas atraiu todos os monges para descobrir o que estava causando aquele maravilhoso perfume e os grãos de café foram rastelados das cinzas e recolhidos. O abade mudou de ideia, sugeriu que os grãos fossem esmagados na água para ver que tipo de infusão eles davam, e os monges logo descobriram que o preparado os mantinha acordados durante as rezas e períodos de meditação. Notícias dos maravilhosos poderes da bebida espalharam-se de um monastério a outro e, assim, aos poucos espalharam-se por todo mundo.
Reza a lenda que a origem foi essa.
Exitem também as evidências botânicas que sugerem que a planta do café origina-se na Etiópia Central (onde ainda crescem vários milhares de pés acima do nível do mar).
Ninguém parece saber exatamente quando o primeiro café foi tomado lá (ou em qualquer parte), mas os registros dizem que foi tomado em sua terra nativa em meados do século XV. Também sabe-se que foi cultivado no Iêmen (antes conhecido como Arábia), com a aprovação do governo, aproximadamente na mesma época, e pensa-se que talvez os persas levaram-no para a Etiópia no século VI d.C., período em que invadiram a região.
Na América do Sul a planta chegou pelas mãos dos franceses quando tentavam colonizar o Novo Mundo. Na tentativa de fincar raízes neste continente é que foram trazidas as primeiras mudas de café para o Brasil – por brasileiros em contato com os franceses – em 1727, plantando-as em Belém do Pará. Quase que de mãos em mãos as sementes do café foram “descendo” a costa do litoral brasileiro, sendo experimentado em diversas províncias (depois Estados) brasileiras até chegar na década de 1770 ao Rio de Janeiro, sendo nesta cidade onde a planta encontrou incrível adaptação.
A partir de certo momento na história do Brasil, tudo passou a girar em torno do "ouro verde", dele tudo emanando e a ele tudo se destinando: homens, animais, máquinas.
O café continua sendo até hoje uma das riquezas essenciais do Brasil, contribuindo com parte substancial das divisas obtidas pelas exportações do País.

Com essa teoria histórica entende-se o porquê do café no Brasil ser tão popular, pois existem inúmeras maneiras de fazê-lo (que digam os baristas); mas não há nada melhor do que um pingadinho pra garganta esquentar, como já diria o meu grande amigo Alex Brito.

Fonte - contextualização histórica:
http://www.apcefrs.com.br/rs/chimarrao.php
http://www.brasilescola.com/historia/o-cafe-no-brasil-suas-origens.htm
http://www.senado.gov.br/comunica/historia/cafebrasil.htm

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